sábado, 28 de agosto de 2010

Haja coragem!

A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d'água, bebida. A vida é líquida.
(Hilda Hilst)


Fui assistir Rosaly Papadopol no espetáculo Hilda Hilst - O espírito da coisa.
E sabe que: eu chorei.



Um choro seco e calado.
Por ser mulher humana sozinha no meio desse mundo.
Chorei de cansaço. De saudade. De Brasil. De trabalho.

Chorei por sentir. Por ser neta, filha, amiga, irmã e jornalista.
Chorei por um amor Correspondido.
E mortes que eu ainda não havia chorado.

Por ter saúde;
chorei de alegria!


Não foi desses choros comuns, que as pessoas choram por ai.
Foi um choro meu, que talvez alguns de vocês possam ouvir.

- Acredito que isso lava a alma.
e mesmo sem lágrimas, lavei alguma dor aqui dentro de mim.

Porque cansa, sabe?

E é preciso ter coragem para chorar em silêncio. Assim, na frente de tanta gente. Sentir por dentro, esse choro alegre escorrer, sem medo de doer.

E se houver dor: eugrito

Preciso ter coragem para andar sozinha (São Paulo, Argentina). E sabe duma coisa? Quando se tem coragem, a vida hospeda a gente no Paraíso e indica o caminho pra felicidade.

Dai respirei fundo e com um belo sorriso no rosto, percebi que era um choro de Liberdade.